domingo, 26 de julho de 2015

A VIDA E A CULINÁRIA DO CASARÃO









 QUITUTES DA VOVÓ

Hoje vou homenagear a grande inspiradora dessa pagina, que registra a memória culinária de minha avó Tide.
Contar como era a vida no casarão.




 





    A CASA DA MINHA AVÓ

                                                  




Tantas lembranças:
Avó,

Avô,

Maninha,

Maria.

Lembranças de uma feliz criança.

Brinquedos na rua,

Cantigas de roda,

Castelos de areia,

Pés descalços,

Gostosa coceirinha de bicho de pé,

Banho gostoso, numa banheira de quatro pés,

Sono na rede,

Contos de fada,

Noite escura, com medo da Tiaquitira, que vivia no vão do telhado.

Noite de estrela, que iluminava o céu e a casa.

A casa de minha avó tinha vida.

Linda, minha avó, sentada numa cadeira de balanço, perto do rádio, ouvindo novela e fazendo crochê.

Meu avô, sentado na cabeceira da grande mesa, como um maestro de orquestra, controlava o barulho dos talheres na hora das refeições.

Maninha, que de maninha não tinha nada, era minha tia avó, toda meiga.  Tinha sempre uma flor cheirosa atrás da orelha. Ao me abraçar com carinho me pedia um cheirinho.

Maria, a pequena e ótima cozinheira, companheira nas idas ao circo de Chique – Chique, onde me encantava com o equilibrista na corda bamba.

A casa de minha avó tinha gosto de frutas, aquelas que se come no pé.
Pé de cambucá,

Pé de sapoti,

Pé de goiaba,

Pé de amora,

Pé de jambo,

Pé de pitanga,

Pé de mamão,

Pé de maracujá.

A casa de minha avó tinha perfume de flores.

Rosas,

Cravos,

Camélias,

Jasmins,

Dálias,

Margaridas,

Bocas de leão,

Dama da noite, que debruçada no muro do galinheiro, exalava seu perfume nas noites de lua.

As flores do cipó - São João, tão graciosas, decoravam os corrimões das grandes escadarias e do coreto coberto com primaveras vermelhas e recheado de orquídeas, dava para avistar o grande jardim.
A casa da minha avó tinha cheiro de tempero.

No camarão,

No caranguejo,

Na tainha,

No barreado, com cheiro de cominho, servido somente no carnaval

O cheirinho do tempero da comida simples feita no fogão à lenha pela Maria e por minha avó.
Uh! Aquele bife que só ela sabia fazer, com um caldinho que se juntava a farinha.

A casa da minha avó tinha gosto de açúcar.

Ah! Os doces da vovó.

Doce de goiaba,

Doce de abóbora,

Doce de mamão verde,

Doce de coco,

Doce de caju,

Doce de banana,

Uh! Uma goiabada feita no tacho de cobre comprado dos ciganos.

Uh! Aquele Romeu e Julieta, goiabada da vó com queijo importado, que vinha embalado numa lata.

Uh! E os doces de festa, de dias especiais. 

Manjar de coco,

Ovos nevados,

Quindins,

Ambrosia,

Espera-marido,

Lambiscos.

Nada era proibido comer, porque a  única criança da casa era um palito.

A casa da minha vó cheirava café, coado em saco de pelúcia e servido bem de manhãzinha, ao som do canto do galo.
Às 15 horas, como era costume, era servido o chá, com aquele pão d’água, que só se faz em Paranaguá, com manteiga de lata. Pipoca de polvilho, bolos, bolachas, broinhas, sequilhos, cavacos, pães feitos em casa, servidos para visitas.   
Na casa da minha avó existia felicidade.

Vó, tia vó, bisa.

Férias,

Sol,

Calor,

Amor.

A casa da minha vó não é a mesma.

Só lembranças. 
Um casarão tombado.
Um sonho de criança.


" É o que digo! As árvores como duram! A casas como duram! só nós a endemoniadas mulheres como qualquer coisa viramos pó".

Yerma - Garcia Lorca.

Não poderia deixar de registrar hoje quitutes do dia a dia.



 PÃO DA VOVÓ

1 colher de açúcar
1 colher de fermento para pão bem cheia
2 colheres de farinha de trigo cheia
1 colher de banha ou manteiga cheia
3 ou 2 ovos
sal ao gosto
Desmanchar em água morna e deixar 
 crescer o fermento.
Depois mistura a farinha de trigo, a banha ou manteiga. os ovos e o sal.
Amassar bem, divide a massa e deixa crescer.
Coloca em forma rasa e forno quente.



BOLO SIMPLES DA VOVÓ

250 gramas de manteiga
4 xícaras de açúcar
4 ovos
2 xícaras de leite
5 xícaras de farinha de trigo
2 colheres de fermento

Bate-se a manteiga com o açúcar e coloca-se as gemas. Coloca-se depois o leite alternando com os ingredientes secos e por ultimo as claras batidas em neve. Coloca-se em forma untada e forno pré aquecido.

 

   

quinta-feira, 16 de julho de 2015

QUE DELICIOSO É O PERFUME DA MIMOSA!








NA VOZ DO CANCIONEIRO

Hoje eu sonhei que ela voltava.

E vinha muito mais que linda

À meia luz me acordava

Cheirando a flor de tangerina

 Flor de Tangerina, Alceu Valença

  

TANGERINA OU MIMOSA?




A tangerina é também conhecida como mimosa, mandarina, fuxiqueira, manjerica, laranja-cravo, mimosa, vergamota, clementina, bergamota ou mexerica. 

Os parnanguaras chamam de mimosa essa saborosa fruta.



Sua cor alaranjada  sabor adocicado e perfume doce.

É uma antiga espécie selvagem, nativa da Ásia.
 Wikipédia, a enciclopédia livre.


A cor de laranja e o sabor doce, em tempos antigos, eram considerados exóticos.

Já as sinhazinhas, com seus vestidos longos, cabelos cacheados e olhar romântico, perfumavam suas mãos com mimosa (mexerica).



 AS LARANJAS.

Essa frutas saborosas originárias da  Ásia, chegaram a Portugal trazida pelas Cruzadas e daí espalharam-se pelas colônias.


 Wikipédia, a enciclopédia livre.

 Saboreadas por tudo Brasil em gomos e em sucos, também fazem parte da culinária do casarão.

Lembro de minha avó saboreando laranja do farinha de mandioca.

Já a casca de laranja seca era usada para perfumar as roupas e fazer um delicioso chá.


As laranjas azedas eram usadas para fazer compota.



AS FLORES DE LARANJEIRAS
As flores de laranjeira são um símbolo de amor eterno, pureza e fidelidade têm uma longa tradição no mundo inteiro.

Os árabes foram quem introduziu na Europa o costume para adornar as cabeças das noivas com flores de laranjeira.


A tradição de usar uma coroa de flores era muito típica durante a Idade Média. As flores de laranjeira eram símbolo de pureza  e fidelidade.


Na antiga China os buquês era o símbolo do amor e da fidelidade.






DOCE DE LARANJA AZEDA

Destacam-se as laranjas, tira-se a parte de baixo ou de cima e coloca-se em uma panela com água para ferver, depois se limpa bem por dentro e deixa-se de molho durante 3 dias, mudando a água 2 vezes por dia.

Faz-se uma calda rala põem-se as laranjas, deixa-se ferver até a calda engrossar.



PUDIM DE LARANJA

5 ovos, 5 colheres de açúcar, 1 copo de laranja, 1 copo de leite. Bate-se bem às claras, e depois as gemas bem batidas o açúcar o copo de suo de laranja e o leite passam-se na peneira. Coloque numa forma untada com calda queimada. Coloca para assar em banho Maria.





sábado, 4 de julho de 2015

O VERDADEIRO BOLO DA VOVÓ



QUE TAL UM BOLO SABOROSO PARA ACOMPANHAR SEU CHÁ?










 Fofo, gostoso, fácil de fazer é esse bolo  e outros feitos pela minha avó Tide. 

 

 

BOLO ECONÔMICO
2 ovos
2 xícaras de açúcar
2 xícaras de farinha de trigo
1 xícara de leite
3 colheres (sopa) de manteiga
1 colher rasa (sopa) de fermento em pó
Batem-se o açúcar, com a manteiga, coloque as gemas e continue batendo e  depois coloque o leite a farinha de trigo, às claras em neve e o fermento.
Unte a forma pequena e coloque em forno preaquecido.
Fácil, barato e gostoso.

BOLO DE OURO
Bate-se ½ xícara de manteiga com 1 xícara de açúcar, mistura-se 8 gemas bate-se bem, 1 xícara de leite e 2 de farinha de trigo.1 colher de fermento em pó e as claras em neve. Assar em forno quente.

BOLO LIGEIRO
8 colheres (sopa) de açúcar,8 colheres (sopa) de farinha de trigo, 8 ovos, 2 colheres (sopa) de manteiga, 1 colher de fermento em pó.
Misture o açúcar com a manteiga, depois as gemas e a farinha de trigo e o fermento em pó e por ultimo as  claras batidas em neve. Asse em forminhas.

Todos esses deliciosos bolos que saboreávamos no chá da tarde eram feitos por minha avó.
Batido numa tigela de louça antiga, florida, com uma colher de pau e assados em formo de fogão alheia.